O filme definitivo do herói definitivo

22 julho, 2008

Ontem fui assistir ao The Dark Knight. Sim, o novo filme do Batman, sequência do filmão que resetou a saga do Homem-Morcego na tela grande. Já na fila da pipoca, senti que o filme ia ser bom. O box de pipoca tinha uma arte bacana do filme, com o simbolo do morcego em um prédio em chamas de um lado, do outro o Coringa e o texto lá no alto “Bem vindo a um mundo sem regras”. Arrepiante.

Sigo em frente. Sala lotada. Olho ao redor e fora algumas garotas com cara de namoradas que vão passar o filme todo perguntando coisas para os respectivos namorados ou suspirando pelo Cristhian Bale, a imensa maioria da platéia é composta de nerds, geeks e similares. Garotos e garotas que cresceram devorando gibis, Tolkien, filmes dos Xmen, videogames, seriados de tv e que assim como eu pululam a Internet nesse momento. Penso em como ir ao cinema é a maior atividade coletiva nerd dos nossos tempos. Ou a Internet conta como atividade coletiva? Sei lá. As luzes estão se apagando e vejo minha namorada e nossa amiga Ruiva acenando para mim.

Após alguns trailers que nos fazem comentar como a Angelina Jolie é o Arnold Shwarzeneger dos anos 2000, a tão esperada película começa. A partir daí, por quase três horas seguidas, meu crânio foi golpeado contra a parede, com muita, mas muita força. E eu gostei.

Não vou estragar o prazer de quem não foi assistir ao Cavaleiro das Trevas ainda. Só vou dizer que conseguiram em um trabalho muito bem realizado, reunir elementos de algumas das melhores sagas do detetive da DC Comics em um filme que têm brilho próprio. Se você não passou os últimos 10 ou 20 anos lendo gibis, vai sair do filme tão arrebatado quanto qualquer outra pessoa. Ele é sensacional por si só. Agora se você acompanha as histórias do Morcegão… então, cara… além da caracterização perfeita dos personagens.. e não falo só dos principais como o Gordon ou Harvey Dent e o Coringa.. mas de todo o cast. Lucius Fox, a detetive Montoya, o chefe Loeb, Babs Gordon e muitos outros estão lá. Perfeitamente caracterizados e dando vida à sombria Gothan City. Mais do que isso, a trama remete a clássicos como Ano Um, O Longo Halloween, The Dark Knight Returns, Terra de Ninguém, ao desenho Batman do Futuro e de forma sutil, Kingdom Come. E com certeza, da próxima vez que assisti-lo, encontrarei ainda mais referências, detalhes pequenos que são um presente para os fãs e prova da dedicação da produção. Para o delírio dos caçadores de tais referências, é fácil notar uma passagem que remete a Star Wars e para mim, há cenas que são muito, mas muito parecidas com o que eu gostaria de vêr num filme de Metal Gear Solid.

Os protagonistas também fazem sua parte nessa história toda e a atuação de cada um deles é um show a parte. Nosso milionário playboy Bruce Wayne e sua contraparte sombria Batman são tudo o que os grandes astros que vestiram o traje do morcego em filmes anteriores nunca serão. Obrigado, Cristhian Bale! Harvey Dent é um dos personagens mais bem construídos que já vi na vida. E o Coringa… na moral. O que foi aquilo, cara?

Segundo a Ruiva, o filme é genial nos quesitos técnicos, tanto no trabalho de iluminação na composição dos personagens quanto no uso brilhante dos efeitos sonoros. Ela que é mais gabaritada do que eu nesses assuntos, poderia explicar como o tempo das cenas se encaixa no aúdio e na narrativa de forma exata para transmitir as sensações ao expectador e muito mais. Eu só concordo balançando a cabeça e prefiro medir o filme com a minha própria escala.

Para mim, um filme de ação é bom quando você sente seu cérebro explodir ao assisti-lo. Eu perdi a conta do número de vezes que meu cérebro explodiu enquanto assistia The Dark Knight.

É o melhor filme de super-heróis que vi na vida. E um dos melhores filmes que vi na vida.

Tão bom que me fez tomar vergonha na cara e ressucitar o ZenGamer, vejam vocês.